sábado, 12 de março de 2011

Mais do mesmo

 
Lembro-me perfeitamente da primeira vez em que assisti a ‘Noite dos Mortos Vivos’, refilmagem do clássico de terror homônimo do mestre George Romero. Ainda adolescente, nos idos da década de 90, tive a oportunidade de vê-lo no cinema e confesso que até hoje é a experiência cinematográfica mais assustadora pela qual passei. Isso fez com que eu nutrisse uma atração especial por filmes de zumbi. Por mais previsíveis que sejam, afinal o eixo narrativo é praticamente o mesmo, sempre me divirto vendo pessoas fugirem desesperadamente dessas horripilantes criaturas. Logo, não poderia me furtar, de maneira alguma, de conferir ‘Extermínio 2’.
Principalmente pelo fato de que o primeiro ‘Extermínio’, dirigido por Danny Boyle em 2003, foi o filme que deu uma revigorada no gênero. Nele, os zumbis deixavam de ser criaturas lerdas para ganhar força extra e a agilidade dos seres humanos normais. Agilidade essa que foi transferida também para o modo de filmar, com uma câmera nervosa, trilha sonora pulsante e algumas seqüências apavorantes. Sangue e adrenalina faziam ali a combinação perfeita.
O título original do primeiro filme era ‘28 Days Later’, referência ao fato de que o personagem principal acordava em um hospital 28 dias depois de entrar em coma. Após circular pelas ruas desertas de Londres, se vê cercado por uma horda de zumbis, vítimas de um vírus letal que mata as pessoas para depois reavivá-las sedentas por sangue. ‘Extermínio 2’ tem como título original ’28 Weeks Later’, ou seja, se passa 28 semanas após o início da epidemia.
O filme começa antes desse período, ainda em meio à epidemia, quando um grupo de pessoas sobrevive isolado em uma residência. Não tarda para que os zumbis ataquem o local e apenas um homem (o ator Robert Carlyle, de ‘Trainspotting’ e ‘Ou Tudo ou Nada’, que andava meio desaparecido) consiga sobreviver e escapar ileso. 28 semanas depois que tudo começou, a epidemia está controlada e a Inglaterra está em processo de repovoamento. Não precisa ser gênio para adivinhar que, de alguma forma o vírus retornará e logo, logo, a cidade estará novamente infestada por zumbis.
‘Extermínio 2’ até consegue retomar a história original de maneira convincente, construindo uma seqüência sem forçar demasiadamente a barra. A seqüência inicial é animadora, graças principalmente à edição de tirar o fôlego. O problema é que o impacto maior estava no primeiro filme e o inexperiente diretor Juan Carlos Fresnadillo (escalado para o lugar de Boyle, que ficou apenas na produção) não consegue fugir muito da fórmula original.
Logo mergulhamos em um ritual de déja vu, com a sensação de termos visto boa parte das cenas no filme anterior. A seqüência em que os personagens caminham por uma Londres deserta e abandonada, arrebatadora em ‘Extermínio’, agora soa como repetição oca. Mais do mesmo. De toda forma, vale como diversão descompromissada, para quem está à procura apenas de alguns sustos e uma boa dose de adrenalina.

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