sexta-feira, 25 de março de 2011

Para novatos e saudosistas



Por mais que você não tenha acompanhado a série, certamente ‘Star Trek’, ou ‘Jornada nas Estrelas’, lhe é familiar. Ao ouvir a música tema você a reconhece de algum lugar, pensa às vezes que gostaria de ter um teletransportador ou já fez piada com algum amigo de orelhas avantajadas chamando-o de Spock. É inevitável: um dos maiores clássicos da ficção científica faz parte do imaginário de qualquer pessoa com mais de 20 anos. Satisfazer esses saudosistas ao mesmo tempo em que apresenta a história às novas gerações era um desafio e tanto, que o diretor J. J. Abrams topou e não fez feio. O novo ‘Star Trek’ não decepciona os velhos fãs, tampouco os jovens que ainda não estiveram ‘onde nenhum homem jamais esteve’.
Para quem não sabe ou não se recorda, ‘Jornada nas Estrelas’ nasceu como série televisiva em 1966, apresentando as aventuras intergaláticas da tripulação da espaçonave Enterprise. A série eternizou os personagens Capitão Kirk (William Shatner) e Doutor Spock (Leonard Nimoy), que em meio a divergências comandavam missões em diversas galáxias. A paixão se tornou tamanha que eles ganharam fãs ardorosos, os chamados ‘trekkies’, que chegam a realizar convenções específicas e se trajar como os ídolos.
A história foi parar nas telas de cinema em 1979, rendendo mais cinco continuações, com resultados irregulares. Ao perceber que a franquia já estava desgastada, seus criadores decidiram renová-la, criando ‘A Nova Geração’: com a mesma linha de roteiro, foi criada uma nova tripulação, com personagens que não obtiveram o mesmo carisma de seus antecessores. A ideia rendeu uma série televisiva e vários episódios no cinema, mas sem conseguir emplacar como a original. Chegado o final dos anos 2000, em que pouco se cria e muito se recicla, já era hora de tirar a Enterprise da garagem.
A missão ficou a cargo de um novo ídolo da geração nerd, J. J. Abrams, uma das mentes criadoras do seriado ‘Lost’. Para resgatar a essência de ‘Star Trek’ e apresentá-la a quem não viveu seus encantos, o diretor fez o básico: decidiu contar a história do começo, retratando a origem dos personagens. Para isso, abriu mão de estrelas (com o perdão do trocadilho) e reuniu um grupo de jovens atores, ainda pouco conhecidos do grande público.
Ficamos sabendo então que James Kirk (Chris Pine) é o filho rebelde e playboy de um capitão que morreu para salvar sua tripulação. Spock (Zachary Quinto), por sua vez, é um volcano de inteligência e dedicação extremas, mas que sofre pelo preconceito de ter uma mãe humana. Na primeira missão em que são colocados lado a lado, os dois vão enfrentar a ira de Nero (Eric Bana), vilão que pretende se vingar por meio da destruição de planetas. Aos poucos, vão desfilando os conhecidos personagens Dr. McCoy, Uhura, Sulu e Pavel Chekov.
Renovado pelos efeitos especiais, edição dinâmica e um roteiro bem-humorado, ‘Star Trek’ é acessível a quem jamais assistiu à série anterior e revigorante para aqueles que a acompanhavam. De quebra, há a participação de Leonard Nimoy, o Spock original, em um papel fundamental para a trama. Um raro encontro de gerações em que todas podem sair satisfeitas.

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