domingo, 28 de agosto de 2011

Sem risos nem ironia



Que Woody Allen é um gênio do cinema, não há o que discutir. Para um senhor que já passou da casa dos 75 anos de idade, manter uma filmografia profícua como a sua (praticamente um filme a cada ano) é algo mais do que respeitável. Por conta disso, bate um certo peso na consciência antes de fazer qualquer crítica mais contundente a uma obra sua. Dizer que em seus últimos filmes ele tem se limitado a reciclar tudo o que produziu ao longo da carreira nem seria tão severo dado o seu invejável currículo. Mas é impossível deixar de lamentar ‘Você Vai Conhecer o Homem dos seus Sonhos’, seguramente um dos filmes mais fracos da carreira do diretor.
Mesmo se deixássemos de lado o passado de glória de Allen e nos limitássemos a comparar este seu penúltimo filme (o mais recente é ‘Meia-Noite em Paris’) com sua produção da última década, o resultado seria frustrante. Ainda que não sejam brilhantes, ‘Vicky Cristina Barcelona’ e ‘Tudo Pode Dar Certo’, por exemplo, conseguem manter um certo nível de empatia entre seus personagens e a plateia. Coisa que ‘Você Vai Conhecer...’ está longe de atingir.
Há uma teia de personagens que têm em comum a insegurança e a frustração. Helena (Gemma Jones) é uma senhora que, após décadas de casamento, foi deixada pelo marido Alfie (Anthony Hopkins). Enquanto ela busca amparo em uma vidente (Pauline Collins) que faz as vezes de terapeuta, ele se casa com uma jovem prostituta (Lucy Punch). A filha do casal, Sally (Naomi Watts), vive em instabilidade com o marido Roy (Josh Brolin), um escritor em crise. Ela sente uma queda pelo chefe (Antonio Banderas), enquanto ele se aproxima da vizinha (Freida Pinto).
Como se percebe, estão presentes na trama todos os ingredientes preferidos de Allen: infidelidade, crises de identidade, dúvida e expiação. Mas falta aquilo que faz a diferença entre uma história contada por ele e por outros cineastas: a ironia. É bem verdade que em seus últimos trabalhos Woody Allen tem se mostrado mais melancólico e pessimista. Mas mesmo nos momentos mais trágicos, o diretor é eficaz em arrancar risos de seu público, como quem sempre enxerga a vida como uma peça sarcástica. Aqui, o máximo que consegue é arrancar alguns sorrisos forçados.
 ‘Você Vai Conhecer o Homem dos seus Sonhos’ fica no meio termo entre a comédia e o tom mais sombrio. Não funciona de uma forma nem de outra. Para piorar, o estrelado elenco não tem o mínimo de carisma. Atores talentosos como Anthony Hopkins, Josh Brolin e Naomi Watts parecem funcionários públicos em final de expediente, sem a mínima empolgação para entreter os espectadores. Para quem conhece a obra do diretor, a sensação é de que são personagens retirados de histórias anteriores, reciclados e reaproveitados.
Como disse anteriormente, talvez esteja sendo um pouco cruel com Woody Allen, que já não precisa mais provar nada para ninguém. A essa altura da vida, a única coisa que ele deseja é se divertir fazendo o que mais gosta. Se é assim, fica a dica: não seja tão melancólico, Woody. Vamos nos divertir todos juntos.


domingo, 21 de agosto de 2011

Tributo equivocado



Duas grandes referências do cinema cult contemporâneo. De um lado, o cineasta Zhang Yimou, responsável por abrir os olhos do mundo ao cinema chinês no final da década de 1980. De outro, os irmãos Coen e seu primeiro filme, ‘Gosto de Sangue’, considerado uma obra-prima do cenário independente norte-americano. Juntos, os dois deram origem a ‘Uma Mulher, uma Arma e uma Loja de Macarrão’. Título suntuoso para uma produção que não chamou a atenção dos cinéfilos e, pior, está longe de fazer jus às suas gloriosas origens.
Hoje uma espécie de Steven Spielberg da China, Zhang Yimou teve uma ideia interessante: refilmar ‘Gosto de Sangue’, transpondo a ação para o seu país e alguns séculos antes. Rodado em 1984, a produção dos irmãos Coen era um film noir barato que abusava do nonsense e do humor negro para contar a história do marido traído que contrata um detetive para matar a mulher e o amante. O filme revelou para o mundo o talento hoje consagrado dos irmãos Joel e Ethan Coen, tornando-se um verdadeiro clássico contemporâneo.
Acostumado a trabalhar com produções suntuosas, cheias de luxo e esmero estético, Zhang Yimou não abandonou suas características para adaptar a obra. Da atmosfera lúgubre do Texas, passou-se ao belo cenário de montanhas no deserto chinês. Em um vilarejo no meio desse terreno está a mulher do título, casada com o velho proprietário da respectiva loja de macarrão. A arma também aparece logo no início do filme, adquirida como um artefato mágico, já que àquela época a pólvora ainda é uma novidade.
Abusada pelo marido, a mulher mantém um caso com um funcionário da loja. Suspeitando da traição, o velho contrata um detetive para investigar os amantes. Ao receber a confirmação, faz uma proposta para que o mesmo detetive mate o casal. A partir daí tem início uma trama marcada por reviravoltas e acontecimentos trágicos. É o velho estilo dos irmãos Coen, em que se instala entre os personagens uma teoria do caos, onde um evento tem consequências que vão se multiplicando de forma cada vez mais contundente.
É uma pena que nas mãos do consagrado cineasta chinês essa proposta não surte os mesmos efeitos. Primeiramente porque Zhang Yimou trocou a ironia do filme original por um tom circense. Os personagens são caricatos ao extremo, chegando a lembrar em alguns momentos as comédias de kung fu dos anos 70. A impressão é de que o diretor quis fazer uma sátira sobre os estereótipos da cultura oriental: o patriarca autoritário, o funcionário público corrupto, a esposa reprimida, o tolo onipresente. Até seria interessante, mas desde que esses personagens estivessem à altura da complexidade da trama. Pelo contrário, são rasos e não despertam o mínimo de carisma.
Com um roteiro que não se decide entre ser uma comédia farsesca, um filme policial ou um drama de época, ‘Uma Mulher, uma Arma e uma Loja de Macarrão’ fica sempre no meio do caminho. Até mesmo as belas imagens parecem um tanto deslocadas em meio à soturnidade da história. Na dúvida, o melhor mesmo é ver ou rever ‘Gosto de Sangue’.


domingo, 14 de agosto de 2011

Sangue, ação e escárnio


Se você é daqueles que leva o cinema extremamente a sério, esperando sempre boas atuações, um roteiro inteligente e belas imagens, não precisa nem continuar a ler esta resenha. Porque ‘Machete’ não é um filme para ser levado a sério. Nem um pouco. Quem conhece seu diretor, o mexicano Robert Rodriguez, já deve saber disso. Apesar das virtudes exibidas em ‘Sin City’, seu currículo é conhecido mais pelo caráter lúdico do que pelo talento cinematográfico. Vide ‘El Mariachi’, ‘Um Drink no Inferno’ ou ‘Planeta Terror’.
A peculiaridade de ‘Machete’ já começa pelo fato de ser o primeiro filme na história recente a derivar de um trailer falso. Explicando: quando Rodriguez e Quentin Tarantino fizeram ‘Grindhouse’ (projeto que reuniu ‘Planeta Terror’ e ‘À Prova de Morte’), incrementaram-no com o trailer de um filme sobre um herói mexicano em busca de vingança, na mesma linha gore/trash do conjunto da obra. O resultado final foi tão empolgante que Rodriguez levou a ideia a sério e, em parceria com Ethan Maniquis, deu vida própria ao que era apenas um fake.
O herói que dá nome ao filme é um policial federal mexicano (vivido por Danny Trejo em seu primeiro papel de protagonista) que cai em uma emboscada, vê esposa e filho serem assassinados e é dado como morto. Anos depois, como imigrante ilegal nos Estados Unidos, é contratado para assassinar um senador de extrema direita (Robert De Niro). Na verdade, é mais uma armadilha, da qual ele consegue escapar para então partir em busca de sua sanguinolenta vingança.
O roteiro procura dar uma conotação social à história, focando no preconceito contra os mexicanos e a caça aos imigrantes irregulares. No entanto, ‘Machete’ é um grande pastiche, uma ode aos filmes B de ação. A trama elaborada por Robert Rodriguez pouco importa. A diversão está nas sequências de ação exageradas, em que cabeças são decepadas a rodo e o sangue jorra aos borbotões. A propósito, o título do filme é uma referência à arma utilizada pelo protagonista, um misto de espada e facão. Isso já diz muita coisa.
Como em outras obras suas, o diretor não demonstra nenhuma preocupação com verossimilhança. Pelo contrário, a intenção é explorar o escárnio, sempre extrapolar de modo que aquilo que seria chocante arranque risos. Ou alguém é capaz de levar a sério uma cena em que o personagem arranca o intestino de alguém e o utiliza como corda para empreender fuga de um edifício?
A própria concepção do personagem principal já é uma demonstração de sarcasmo. Quem colocaria como herói um cinquentão cabeludo feio, de bigode, cheio de cicatrizes e tatuagens? Ainda assim, Machete desperta a atração de quase todas as mulheres de quem se aproxima, chegando ao ponto de ser seduzido. Assim é o cinema de Robert Rodriguez, que brinca com os clichês como um adolescente despretensioso. A presença de ícones bagaceiros como Steven Seagal, Don Johnson e Lindsey Lohan confere um charme ainda maior à produção. Se você procura apenas diversão e não tem muitos pudores, seja bem-vindo ao mundo degradante de ‘Machete’.


Aqui o trailer deste 'Machete'...


E aqui o trailer falso que deu origem ao filme...


segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Entre erros e acertos



À exceção de ‘Cidade de Deus’ e ‘Tropa de Elite’, o cinema brasileiro nunca levou muito jeito com filmes policiais ou de ação. Mesmo com avanços na parte técnica, produções como ‘Verônica’, ‘400Contra1’ e ‘Segurança Nacional’ estão longe de poderem ser considerados bons exemplares do gênero. A mais recente aventura no gênero foi ‘Assalto ao Banco Central’, que pelo menos ganhou a simpatia do público, atingindo na última semana a marca de 1 milhão de espectadores. Não que eu tenha considerado um grande filme, mas em meio ao achincalhe da crítica, acredito que é possível enxergar nele algumas virtudes.
Debutante na direção cinematográfica, o ator global Marcos Paulo parte de um episódio real, o maior roubo ocorrido no Brasil. Em 2005, ladrões cavaram um túnel para levar R$ 165 milhões do Banco Central de Fortaleza. Alguns dos bandidos foram presos e parte do dinheiro recuperado. O filme romantiza a história e, tomando algumas liberdades, procura mostrar quem foram os criminosos, como planejaram a operação e de que maneira se deixaram ser descobertos pela polícia.
Como foi insistentemente comparado, o filme se apresenta como uma espécie de ‘Onze Homens e um Segredo’, a famosa franquia liderada por George Clooney. Para colocar seu plano em prática, o Barão (Milhem Cortaz, nova figurinha carimbada do cinema nacional) arregimenta um grupo de marginais, cada qual com sua especialidade: o conciliador (Eriberto Leão), o engenheiro (Tonico Pereira), o perito em escavações (Gero Camilo), o ex-policial (Heitor Martinez) e por aí vai.
Alternando a narrativa entre antes e depois do crime, a história revela o que deu certo e o que deu errado no plano. Nesse caso, o modelo do qual o diretor se apropria lembra o de ‘O Plano Perfeito’, de Spike Lee, porém, com resultados bem inferiores. Mesmo assim, ‘Assalto ao Banco Central’ acerta na tentativa de conduzir a história com menos didatismo. De certa maneira, a experiência funciona, alimentando a expectativa da plateia em torno daquilo que se sucedeu.
O problema é que o diretor Marcos Paulo não conseguiu desenvolver a contento nenhuma das ideias às quais se propôs. Como drama psicológico não evolui porque seus personagens são extremamente rasos e estereotipados, entoando diálogos chavões. Como trama policial também não engrena, já que seu suspense é criado forçosamente e o humor quase sempre colocado na hora errada. Aí é quando lembramos de onde vem o autor, que acaba recorrendo a alguns cacoetes televisivos para amarrar as pontas da narrativa.
Ainda assim, por mais defeitos que possua, ‘Assalto ao Banco Central’ me incomodou muito menos do que outras produções nacionais. Talvez porque tenha sua funcionalidade como produto de entretenimento e tente enveredar por uma linha cinematográfica, não apenas requentar fórmulas da televisão. A apropriação de exemplos hollywoodianos dá um ar de cinema de fato, não apenas novela na tela grande, como estamos acostumados a ver. Em um meio que ainda tenta se encontrar na relação com público e crítica, a iniciativa é válida.


domingo, 31 de julho de 2011

Menos público, mais ousadia


Existem nitidamente dois tipos de filmes que se produz atualmente no Brasil: os direcionados ao grande público e os feitos para festivais e críticos. Desde que o cinema nacional retomou sua proficuidade, há pouco mais de uma década, poucos foram os exemplares que conseguiram conciliar essas duas vertentes. Isso porque diretores e produtores parecem enxergar duas plateias distintas, às vezes subestimando o público ou superestimando a crítica. O resultado é um sem número de filmes pouco vistos, de apreciação limitada e que geralmente terminam com a estranha sensação de que, apesar de não serem produções ruins, poderiam ter sido bem melhores.
Dois desses exemplares podem ser conferidos em DVD (o que nem sempre é facilmente possível, ainda mais se tratando de Ponta Grossa): ‘Se Nada Mais Der Certo’, de José Eduardo Belmonte, e ‘Nossa Vida Não Cabe Num Opala’, de Reinaldo Pinheiro. Duas produções mais ou menos da mesma época (2009), que tiveram trajetórias similares: uma carreira bem sucedida em festivais e passagem relâmpago pelos cinemas, sob a vista de poucos espectadores. Mais do que isso, ambos se enquadram em uma espécie de subgênero nacional: o cinema urbano, focado na marginalidade e que concentra suas forças nos personagens.
‘Se Nada Mais Der Certo’ é a história do triângulo formado por Leo (Cauã Reymond), um jornalista quebrado, Wilson (João Miguel), um taxista solitário, e Marcin (Caroline Abras), uma figura ambígua (seria um garoto ou uma garota?) a perambular sem destino. Sem grandes perspectivas, os três se unem para um golpe e logo enveredam pelo crime.
Em ‘Nossa Vida Cabe Num Opala’, os protagonistas são quatro irmãos: Monk (Leonardo Medeiros), o mais velho que vive com uma garrafa à mão, Lupa (Milhem Cortaz), um ladrão de carros boçal, Slide (Gabriel Pinheiro), skatista invocado, e Magali (Maria Manoela), música de churrascaria. Os quatro acabaram de perder o pai (Paulo César Pereio), que aparece para conversar com eles enquanto suas vidas vão tomando rumos cada vez mais tortuosos.
Ambos os filmes seguem uma linha de cinema independente, com pontos positivos e negativos. Um pouco mais digerível, ‘Se Nada Mais Der Certo’ até funciona bem, porém, o roteiro peca por sua irregularidade. Seus personagens são fortes, as interpretações consistentes, mas quando parece que a narrativa está prestes a deslanchar, se fragmenta e perde força. A edição frenética e o uso excessivo da câmera na mão são outros fatores que incomodam em alguns momentos. Talvez se o diretor não quisesse se mostrar tão ousado o resultado seria mais interessante.
Mais denso e incômodo, ‘Nossa Vida Não Cabe Num Opala’ também é mais problemático. Adaptado de uma peça teatral de Mário Bortolotto, o filme não consegue transmitir a mesma força nos diálogos, tornando-se pesado e cansativo. Apesar de reunir um bom elenco, as atuações são fracas e dissonantes entre si. São dois filmes que parecem tropeçar em suas pretensões, mas ainda assim, merecem respeito por fugir ao comodismo de grande parte da produção nacional.


domingo, 24 de julho de 2011

Para turista ver



Brasil: carnaval, samba, mulheres, belezas naturais, enfim... o paraíso! Mesmo com a chamada globalização, essa ainda é a referência de nosso país para o restante do mundo, gostemos ou não. E se depender da animação ‘Rio’, concebida exclusivamente para a ‘cidade maravilhosa’, com uma carreira bem sucedida nos cinemas planeta afora, assim permanecerá. Não seria algo a incomodar se não fosse um fator limitador da produção, belíssima visualmente, mas que em termos de roteiro fica muito aquém de outras animações.
Há tempos que animação deixou de ser sinônimo de produção infantil, voltada apenas para entreter crianças e não incomodar os adultos que as acompanhavam. Hoje a tecnologia permite dar vida a recriações perfeitas da realidade ou a delírios inimagináveis para os desenhistas do passado. Ao mesmo tempo, roteiristas foram trabalhando com mais esmero em suas histórias. O resultado são produções brilhantes, como os divertidos ‘Shrek’ e ‘Toy Story’, ou os reflexivos ‘Wall-E’ e ‘Up – Altas Aventuras’.
‘Rio’ optou por se enquadrar no primeiro grupo, das produções com apelo mais infantil, protagonizadas por bichinhos falantes e simpáticos. Logo em sua abertura, uma batucada dá início a um número musical encenado por aves de diversas espécies em uma floresta carioca. Minutos depois, a pequena ararinha azul que assistia a tudo vai parar em uma gaiola e termina no estado de Minesota, nos Estados Unidos. Lá, é adotada pela garotinha Linda, ganha o nome de Blu e se torna seu companheiro inseparável.
Anos depois, Linda recebe a visita de um ornitólogo brasileiro, o qual informa que Blu é a última espécie masculina da arara azul. Ela é convencida a levá-lo ao Rio de Janeiro, onde irá se reproduzir em cativeiro com Jade, a arara feminina. Os dois são raptados por traficantes de aves e passam a se aventurar no Rio, junto com tucanos, macacos, um cachorro e pássaros das mais diferentes estirpes. Ah, claro, tudo isso em pleno carnaval carioca.
Dirigido por um brasileiro, Carlos Saldanha (de ‘A Era do Gelo’ 2 e 3 e referência no campo da animação), ‘Rio’ não deixa de repetir os estereótipos propagados mundo afora sobre o Brasil. Todos estão sambando pelas ruas, muitos fantasiados, o carnaval é o máximo e a alegria permanente. Mesmo a trilha sonora, que poderia ser um dos trunfos, se limita a repetir melodias chavões ou a insuportável ‘Mas Que Nada’, na versão de Sérgio Mendes (que, diga-se de passagem, colaborou com a trilha).
O que realmente impressiona é a recriação das paisagens cariocas. Com uma incrível riqueza de cores e detalhes, a equipe reproduz cenários famosos, como o Pão de Açúcar, o Corcovado, a floresta da Tijuca e as favelas cariocas. As sequências do voo das araras pelos céus da cidade e do desfile de carnaval são as mais exuberantes. Pena que o roteiro não acompanhe essa inventividade. A história não tem grandes sobressaltos, os personagens têm pouco carisma e as situações são as mais previsíveis. As crianças certamente vão se divertir, mas para quem procura um algo a mais, fica uma ponta de frustração.