quarta-feira, 4 de maio de 2011

Cinema para ouvir, música para os olhos




Como um dos bons projetos desenvolvidos com cinema em Ponta Grossa, o Cinearte inicia sua programação de 2011 na sexta-feira, abrindo para a ótima temática ‘Cinema e Música’. Nela, uma seleção bem interessante, que abrange Roberto Carlos, Cacá Diegues e a profícua safra recente de documentários nacionais. Mais detalhes sobre a programação e os filmes a serem exibidos podem ser conferidos aqui.
Tanto quanto cinema (e acrescido do futebol), também sou um apaixonado por música. Até porque as duas artes caminham de mãos dadas, muitas vezes complementando uma a outra. Animado com a novidade local, decidi também fazer minha seleção de filmes ligados à música. Entre documentários, ficções, biografias ou qualquer coisa que o valha, estão aí alguns trabalhos para ver, ouvir, rir, conhecer, se divertir...

Os Reis do Iê Iê Iê, Richard Lester
Inspirados em Elvis Presley, os Beatles resolveram usar o cinema para divulgar sua música. Uma história deliciosamente boba e um pouquinho de pretensão, embalados pelos clássicos da banda. Resultado: um clássico de pura diversão.

No Direction Home, Martin Scorsese
Basta assistir aos principais filmes de Scorsese para saber que se trata de um fã de rock. Portanto, ninguém melhor do que ele para retratar a carreira de um ícone como Bob Dylan. Ao invés de condensar sua trajetória, bastou um recorte da ascensão do músico para descortinar um pouco de sua complexidade e do impacto de seu trabalho.

Não Estou Lá, Todd Haynes
Novamente Bob Dylan, só que agora na versão romanceada. Esqueça aquela xaropada cheia de clichês de ‘Ray’ ou ‘Johnny e June’. A narrativa anticonvencional, com direito a uma mulher e uma criança negra interpretando as múltiplas faces do músico, mostra que é possível fugir do lugar comum das cinebiografias. A quem interessar, resenhei aqui.

A Festa Nunca Termina, Michael Winterbottom
A cena roqueira de Manchester do final dos anos 70 até o início dos anos 90 é o foco dessa produção alucinante. Tony Wilson, fundador da gravadora Factory Records, é quem narra, entre fatos reais e lendas, o surgimento de bandas como Joy Division e Happy Mondays.

Escola do Rock, Richard Linklater
Jack Black deveria ser imortalizado apenas por esse papel, o do roqueiro frustrado que vira professor e ensina a um grupo de crianças almofadinhas lições sobre Led Zeppellin, The Doors e The Who. Vejo, revejo e sempre racho o bico.

Hype!, Doug Pray
Se você pensa que o grunge se resumia a Nirvana e sujeitos trajando camisas xadrez, assista a esse documentário que mostra como nasceu na chuvosa Seattle um dos maiores movimentos do rock contemporâneo. A própria explicação sobre a origem das camisas xadrez é sensacional.

Some Kind of Monster, Joe Berliner, Bruce Sinofsky
Primeiro documentário musical (ao menos que me recordo) no estilo reality show, com direito a barracos, disputas de ego e todo tipo de desgaste. Também pudera: enfoca o período de maior crise do Metallica, com a saída de Jason Newsted, o internamento de James Hetfield para reabilitação e suas intermináveis brigas com Lars Ulrich, tudo em meio à concepção de um novo disco. Revelador.

Meeting People is Easy, Grant Gee
Mais um documentário que mostra como é difícil essa vida de rockstar. Acompanhamos a turnê de ‘OK Computer’, do Radiohead, e todo seu desenrolar. As cenas de Thom Yorke entediado durante uma entrevista no Japão ou sofrendo para gravar o videoclipe de ‘No Surprises’ são emblemáticas. E as imagens das apresentações ao vivo são arrebatadoras.

Atravessando a Ponte – O Som de Istambul, Fatih Akin
Quem pode imaginar o que se passa na cena musical da Turquia? O consagrado diretor Fatih Akin, juntamente com o músico Alexander Hacke (da banda Einstürzende Neubauten), nos conduzem por uma viagem impressionante, revelando a presença dos mais diversos gêneros: folclórico, hip hop, rock experimental, eletrônico, jazz...

E você, amigo internauta, que outros filmes incluiria nessa lista?

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